Livro: Confundir a Cidade com o Mar
Autor: Richard Zimler
Gênero: Ficção literária / Drama psicológico
Sinopse (sem spoilers):
Neste romance intenso e poético, acompanhamos a vida de Gabriel, um pianista talentoso que vive no Porto, e sua relação complexa com a família, a música e suas próprias memórias. Quando um evento traumático do passado ressurge, ele é forçado a confrontar verdades dolorosas sobre amor, perda e identidade. A narrativa alterna entre o presente de Gabriel e flashbacks de sua infância, explorando como o mar (símbolo central no livro) representa tanto a liberdade quanto o medo do desconhecido.
Destaque: Zimler mistura realismo mágico sutil (elementos oníricos que confundem realidade e fantasia) com uma análise profunda da psique humana.
Temas Principais:
-
Trauma e memória (como o passado molda nossa percepção do presente).
-
Arte como redenção (a música de Gabriel como refúgio e prisão).
-
Identidade LGBTQ+ (exploração sutil da sexualidade do protagonista).
-
Simbolismo do mar (vida, morte, e o inconsciente).
Estilo:
-
Narrativa não linear, com saltos temporais poéticos.
-
Linguagem lírica, cheia de metáforas aquáticas e musicais.
-
Diálogos introspectivos (muitas vezes mais filosóficos que realistas).
Contexto do Autor:
-
Richard Zimler (n. 1956) é um escritor luso-americano conhecido por romances como O Último Cabalista de Lisboa e Os Anagramas de Varsóvia.
-
Sua obra frequentemente explora temas judaicos, históricos e psicológicos.
-
Confundir a Cidade com o Mar é um de seus livros mais pessoais, menos focados em elementos históricos.
Curiosidades:
-
O título vem de um verso do poeta Fernando Pessoa, ecoando o tema da confusão entre realidade e ilusão.
-
Zimler é um pianista amador, o que empresta autenticidade às descrições musicais do livro.
-
A cidade do Porto é quase um personagem, com suas ruas, rios e luzes refletindo o estado emocional de Gabriel.
Ótimo para quem gosta de:
-
Autores como Hélia Correia (Lillias Fraser) ou Lídia Jorge (A Costa dos Murmúrios).
-
Romances introspectivos (As Ondas de Virginia Woolf).
-
Narrativas queer sutis (como as de Ocean Vuong).