Livro: A Fuga
Autora: Heleen van Royen
Título original: De Ontsnapping (2003)
Gênero: Ficção psicológica / Drama familiar
Sinopse (sem spoilers):
Neste romance intenso, acompanhamos Olga, uma mulher de meia-idade presa em um casamento infeliz e em uma vida que parece ter perdido o sentido. Durante uma viagem de férias com o marido e os filhos, ela decide abandonar tudo e desaparecer sem aviso, deixando para trás apenas um bilhete enigmático. A narrativa alterna entre a jornada de Olga em busca de liberdade e identidade e o impacto devastador de sua decisão na família.
Destaque:
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Van Royen explora tabus sociais (o abandono materno, a insatisfação feminina) com crueza e empatia.
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A protagonista não é heroína nem vilã – é antipática e humana, desafiando estereótipos.
Temas Principais:
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Liberdade vs. responsabilidade (até onde podemos fugir de nossas escolhas?).
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A maternidade como prisão (e os custos de questionar esse papel).
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Envelhecimento e reinvenção (Olga recusa-se a ser "apenas esposa e mãe").
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Consequências do egoísmo (a fuga como ato de coragem ou covardia?).
Estilo:
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Narrativa em primeira pessoa, com fluxo de consciência irregular.
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Cenas cortadas como um filme (transições bruscas entre passado/presente).
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Diálogos crus, sem edulcoração (especialmente entre Olga e o marido).
Contexto da Autora:
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Heleen van Royen (n. 1965) é uma das vozes mais controversas da literatura holandesa, conhecida por romances como O Homem Errado e O Dia em que Minha Mãe Fugiu.
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Seus livros frequentemente desafiam expectativas sobre feminilidade e felicidade.
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A Fuga foi adaptado para o cinema em 2009, gerando debates acalorados.
Curiosidades:
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O livro foi inspirado em um caso real de uma mulher que desapareceu na França nos anos 90.
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Van Royen escreveu parte da obra durante suas próprias férias familiares.
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A capa original mostrava um par de sandálias abandonadas na praia – símbolo da protagonista.
Ótimo para quem gosta de:
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Personagens femininas complexas (como em Comer, Rezar, Amar – mas sem final feliz garantido).
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Dramas familiares sem concessões (Jonathan Franzen, Meg Wolitzer).
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Autoras que exploram o lado sombrio da vida cotidiana (Annie Ernaux, Sally Rooney).